química

Existe alguma coisa que nos mostra quem nos entende e quem não nos entende. Já não é mais tão recente falar sobre meu relacionamento que acabou há três meses. Assim que terminamos ele se juntou com outra pessoa. Entendi na hora que ele havia encontrado nela tudo que faltava em mim, assim como entendi que não queria mudar para agradá-lo, que estava feliz por ele ter encontrado alguém que combinasse mais do que eu. 


A realidade é que eu e ele nunca combinamos. Sempre fomos um exemplo do velho ditado “os opostos se atraem”. Sempre nos atraímos muito, por isso nos ver depois do término era tão difícil, mais difícil ainda só a ideia de ficar longe um do outro, mas finalmente conseguimos. Talvez com ela não exista a química que existia entre nós o que explica a insegurança que ela parece sentir de mim. Impossível explicar para uma mulher que eu não conheço que química não é tudo, que experiências de vida parecidas e gostos compartilhados são muito mais gostosos do que um beijo.


Um pouco antes de terminarmos, eu já estava conhecendo outras pessoas também, num claro sinal de que aquilo realmente precisava acabar. 18 dias depois do término, tive meu primeiro encontro com alguém que combina comigo em tudo. Temos o mesmo gosto, o mesmo jeito, as mesmas experiências e opiniões também parecidas. Única diferença é que ela viveu a vida que eu sempre quis para mim durante os seis anos que fiquei presa num conto de fadas.


Dois meses depois do término, saí com ainda outra pessoa que tinha muito em comum comigo. Mais do que experiências e opiniões, essa pessoa falou muito sobre a importância de se entender. Ele disse que quem nos entende, nos entende de primeira, não depende de tempo de conhecimento, uma conexão de alma acontece imediatamente. Não sei dizer se ele achou que eu entendi ele não sei sequer se ele me entendeu, talvez isso seja resposta o suficiente, mas ele ficou nos meus pensamentos. 


Sempre penso que algumas pessoas nascem sabendo algumas coisas, talvez quem nos entende nasce sabendo as mesmas coisas que nós. Aquele antigo namorado que nasceu sabendo conversar e manter o equilíbrio entre familiaridade e mistério, provavelmente encontrou na nova namorada um conhecimento parecido. Eu que nasci sabendo me envolver com qualquer um também encontrei gente parecida, que também gosta de multidão e que se vira melhor assim.


Pensando no tal conto de fadas de seis anos, fico refletindo que na verdade nunca nos entendemos, apenas tínhamos um apreço muito grande por tudo do outro que não fazia parte de nós. Pode parecer romântico e poético e realmente era, mas ser romântico e poético cansa quando se pode apenas ser você mesmo. Tudo em nós era uma perseguição infinita a um amor avassalador que realmente só cabe àqueles que não conseguem sentir com equilíbrio. Foi bom, foi bonito, mas não tinha como ser para sempre.


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