quebra

 Esse texto não foi feito para fazer sentido, apenas para matar tempo. 

Hoje ajustei minha rotina para minha nova vida. 

Minha nova vida é tão boa, não sei quantas vezes vou dizer isso até não lembrar mais da minha vida antiga. 

Existe uma diferença entre amar, sentir saudade, e apenas lembrar de injustiças. 

Uma vez eu tinha amigas das quais eu gostava e me senti traída quando uma delas não me convidou para sua festa de aniversário. 

Uma vez também eu contei para minha melhor amiga que estava apaixonada por um amigo nosso e ela começou a namorar com ele na minha festa de aniversário. 

Uma vez eu passei 6 anos me esforçando para me moldar a alguém que me jogou fora sem pensar duas vezes. Que me usou por meses e mentiu para mim diariamente.

Ajustar minha rotina dói porque agora vivo a vida que sempre quis e nunca tive por me preocupar com quem não se preocupou comigo.

Sei que não quero ser frágil, não é sobre isso.

Uma vez respondi da forma que achei adequada a uma amiga que estava sendo grossa e, por isso, perdi minha melhor amiga.

Todas as vezes que busquei respeito aos meus limites, as pessoas fugiram. 

Uma vez eu me abri com alguém, contei todos os meus traumas e feridas, apenas para essa pessoa virar todos eles contra mim. 

Não existe na minha vida relação de confiança como a que tive, e foi um erro. Me sinto errada por ter confiado em alguém e acreditado que alguém no mundo poderia se preocupar com outra pessoa tanto quanto eu me preocupo com todos. 

Não me sinto superior, apenas sei que espero uma reciprocidade que não existe.

O que fizeram comigo é repetido todas as vezes que sei o que quero e decido me colocar em segundo plano. Me sinto um poço de injustiças. 

Se fosse eu a tomar a decisão, se eu matasse o amor, seria diferente? Se respeitasse minhas vontades, o que mudaria? A mentira já existia, eu já estava violada.

Não me sinto completa há 7 anos. Duas coisas começaram há 7 anos atrás, com apenas um mês de diferença entre elas. 

Não sei qual foi a pior. 

Sei qual machucou mais meu corpo, mas qual me violou mais? Uma é uma fatalidade de ser mulher, a maioria sofre por isso e eu consigo não me culpar muitas vezes. A outra me apagou completamente por dentro e me fez perder parte da minha juventude para uma história que nunca foi minha. 

Não me sinto burra por ter sido violada um dia, me sinto burra por ter sido violada por 6 anos e meio.

Me lembro de pedir para parar e me lembro de não ser escutada. Me lembro de me sentir traumatizada e me lembro de me esforçar para apagar isso em mim. Mas tudo foi confirmado rapidamente. Eu nunca estive errada. Mais uma vez fui quebrada.

Hoje já não sei o que existe de fato. Tantos critérios tão objetivos para me sentir segura que de nada adiantaram.  O problema nunca fui eu, sei disso. Não me interessa vingança, perdão ou sequer justiça. Quero viver minha vida sem pensar nas injustiças. 

Quero viver sem medo das mentiras, sem arrependimentos de confiança. Parece que nasci para ser traída. Não existe no mundo pessoa mais compreensiva do que eu mas nada parece adiantar. Todos mentem, todos enganam, todos me usam. 

Sempre me sinto usada, mas pela primeira fui quebrada de várias formas de uma vez só. A mentira, a enganação, a covardia. Não sei se existe sequer respeito para uma amizade. Qualquer continuidade seria apenas mais dependência.