pólen
Cá estou mais uma vez a discorrer sobre qualquer coisa para manter minha mente em outro lugar. Distraio meus dedos e meus olhos agora enquanto escuto o último álbum de Brittany Howard.
Tenho pensado sobre o amor, sobre o que é o amor, sobre como eu amo. Vejo que meu amor é fácil. Entrego para qualquer um e raramente espero algo de volta. Tenho vivido um outro amor, aquele que vem de nós e bate no espelho. É uma delícia olhar para todos com humor e guardar todo esse amor só para mim.
Eles não sabem que eu amo, só eu sei. Quer dizer, eu conto para você, mas nem você saberia dizer se amo. Vejo graça em tanta coisa e gostado tanto da companhia da individualidade que voltei a falar sozinha. Voltei a sonhar acordada com cenários que podem ou não acontecer.
Por tempo não conseguia ver felicidade em imaginar cenários da minha vida presente, apenas do meu futuro. Agora a felicidade está a um final de semana de distância, sempre. Reservo meu amor e compartilho minha risada. Não quero mais que isso. Aprendi a ser mais do que suficiente. Eu sempre transbordei, eu sei, mas estou aprendendo a não mais afogar.
Descobri minha raiva, descobri que mesmo na raiva não consigo vencer minha pureza. Minha natureza não me permite o sal, muito menos o sol. Penso que em poucos meses olharei para o rio todos os dias. Esse amor que me reservo, sei que reservo também para meu futuro.
Hoje reconheço que meu amor é grande demais. Para não afogar outros, distribuo. Um recebe a risada, outro o olhar, mais outro um toque, e por aí vou feito uma abelha. Se meu ano não tem primavera, quem floresce sou eu.
Redescobri uma parte de mim que há tanto havia esquecido. Consigo me afirmar e me aproximar apenas de quem atende aos meus requisitos. Lembrei de quem eu sou e lembrei que, assim como não falto, nunca me faltou. Sei de mim, sei quem sou. Compartilho minha essência e fico apenas com o que me cabe. A vida assim é mais fresca, não quero ser madura.
Sim sou azul, mas sei que estou verde. Não quero cair do pé, estou bem aqui. Com minhas ramificações e minhas folhas, que decoram tão bem meus frutos e flores. Não sei ainda para onde vai o meu amor, por isso o guardo.
O amor que é só meu e as vidas que são de todos.
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