persuasão

O amor talvez não exista. Calma, claro que você ainda pode amar, mas talvez esse amor não exista. Muito se diz sobre amar, e o ato de amar com certeza existe, mas e o amor? Onde está? Quando você começa a amar alguém? Sabemos que amor à primeira vista é raro, mas qual é a outra opção?


Tenho pensado muito no meu primeiro, e até agora único, amor. Sei que não o amei quando o conheci, ainda que tivesse sentido que algo ali era diferente. Não sei quando comecei a amá-lo, mas sei que parei. Lembro do começo do relacionamento, quando eu ainda não sabia se o amava, mas queria muito dizer que o amava. 


Conversando com uma amiga da época, estava descrevendo o sorriso dele para ela e disse que seria impossível explicar, já que ele tinha o sorriso mais bonito do mundo e com certeza ela não teria visto nada igual na vida. Nesse momento ela me parou e disse “você com certeza ama ele, ninguém é tão bonito assim”. Talvez ela estivesse certa, talvez ela realmente não tivesse visto nada igual na vida e por isso não conseguia entender que ele realmente tem o sorriso mais bonito do mundo. Esses dias vi uma foto nova dele, meu ex-amor, sorrindo e não estava tão bonito assim. Talvez minha amiga estivesse certa no final.


Achei o sorriso dele lindo na primeira vez que vi, e fiquei obcecada com aquele sorriso por seis anos. Se primeiro me apaixonei pelo sorriso para só depois amar, quando amei? Lembro de me sentir amando, lembro de decidir falar pela primeira vez, mas tudo foi um pouco dentro do cronograma que eu tinha para o amor. Acho que todo sentimento é um pouco planejado. 


Hoje, vendo ele amando outra tão rápido e vivendo minha vida de forma mais lenta, vejo que talvez o amor não exista, apenas o ato de amar. Amar é o que nos faz ser diferente, carinhoso, seguro, engraçado. Só amando conseguimos ser melhores versões de nós, é o que eu acho. 


O amor, talvez, seja apenas persuasão. Uma série de convencimentos que levam uma pessoa a continuar na companhia de outra. Talvez o que exista seja a nossa inocência de nos deixarmos ser convencidos até amarmos sem volta.

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