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 Recentemente, Sex and The City migrou para um novo streaming e, com isso, voltou ao auge de sua popularidade. Junto com essa transição, eu também mudei de caminho e ressuscitei minha reputação.


Reassistindo a série, fiquei fixada em um dos episódios da primeira ou segunda temporada. A Carrie e o Big terminam seu relacionamento pela primeira vez, e Samantha, Miranda e Charlotte tentam ressucitar Carrie. Charlotte a diz que, para superar um relacionamento, deve-se demorar exatamente metade do tempo passado com o motivo da desilusão.

Essa frase tem me aterrorizado. Isso é muito simples quando se tem relacionamentos que duram um ano no máximo, mas e quando você passou seis anos com a mesma pessoa, apenas ela, mais ninguém? Será que vou ficar presa nesse limbo de emoções por mais 34 meses? Não quero, não posso acreditar nisso.


Hoje, passados exatos dois meses daquele dia, sinto que estou recuperada. Espero mensagens que não são dele, lembro dos melhores beijos que já tive e nem todos são dele, quando o vejo, enxergo alguém que não conheço. Também cansei de ser diferente, especial, intensa. Tudo isso era nosso e eu não quero compartilhar mais nada com alguém tão estranho.


Os textos que antes achava tão profundos, hoje vejo apenas uma tentativa falha de se ter aquilo que vem naturalmente para tantos outros. Nem sequer a aparência saiu intacta do nojo que o término me causou. Dois meses foram suficientes para me causar repulsa de alguém que já significou o mundo para mim. 


Se em dois meses eu já sinto apenas raiva, nojo, ojeriza, o que vou sentir quando passarem os 34 meses? Será que finalmente vou lembrar dele com carinho de um primeiro amor? Infelizmente acho que será impossível esquecer completamente.


Não foi meu primeiro nada, além de amor. Ainda assim sinto que esqueci tudo que veio antes dele. Não sei beijar alguém que não beije como ele, ainda que os beijos que o seguiram tenham sido, em parte, melhores que os dele. Não sei falar com alguém sem pensar em como ele responderia a cada mensagem.


Isso não é saudade. Na maior parte do tempo lembro apenas para realizar que o que tenho ou deixo de ter agora é tão melhor do que aquilo que tive. Seis anos é tempo demais para amar, virou hábito. Três anos para criar uma nova rotina parece tortura.

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